História

Origem dos Kingyos


- China 
    Com sua origem na China, os primeiros registros dos Kingyos datam do período entre as dinastias Chun (265 - 419 d. C.), e a dinastia Tang (618 - 907 d.C.). Sabemos que eles são uma espécie domesticada das Carpas, e dentre algumas leituras cita - se a carpa ibel.

    Inicialmente essas carpas eram criadas nos mosteiros Budistas, que as colocavam nos chamados "Go" (tanques). Talvez nesses tanques elas tenham começado a sofrer o seu processo de mutação para chegar nos Kinguios que conhecemos hoje (Carpas atrofiadas?). Alguns séculos depois, o imperador chinês Zhao Gou construiu vários jardins na cidade de Hang Zhou onde foram colocadas inúmeras Carpas trazidas de todas as regiões da China, o que possibilitou diversos cruzamentos que originaram os primeiros Kinguios brancos e vermelhos, assim como algumas variações hoje conhecidas.

    Na dinastia Ming, a criação dos Kingyos encontrou seu grande desenvolvimento, e passaram a ser criados dentro de casa em aquários sem visão lateral, o que só permitia sua visão por cima. Nesses ambientes foi possibilitada então sua  seleção. Dentre outros, surgiu o Red Cap, o Telescópio, o Cometa etc.


    A domesticação dos Kinguios ocorreu na dinastia Song, quando literalmente foram levados para casa, sendo criados em lagoas internas.
Nas lagoas de misericórdia havia uma grande variedade de espécies aquáticas como anfíbios, repteis e diferentes espécies de peixes. Chen acredita que a criação em lagoas privadas, ocorreu quando Song se mudou para o Sul, sob pressão dos invasores ao Norte, onde os tanques de misericórdia já haviam se estabelecido há bastante tempo.

    O Imperador Chao Kou aparentemente foi um entusiasta de Kingyos. No ano anterior a sua morte, ordenou uma coleta de Kingyos para reabastecer seus tanques. A aprovação imperial pode ter tido uma forte influência em fomentar e promover o cultivo de Kingyos. A manutenção de comunidades de Kingyos como única espécie facilitou o estabelecimento de novas variedades, sua manutenção e propagação. Seu bem-estar geral recebeu maior atenção e limitou a depredação por predadores.

   A manutenção de lagoas tornou-se muito mais familiarizada com os processos reprodutivos dos peixes, determinando com sucesso seus antecessores. Como em qualquer empreendimento, algumas pessoas naturalmente tiveram mais sucesso que outras na criação de peixes, tratando essa pratica como um hobby ou até mesmo como uma operação comercial. A capacidade de atender à demanda da moda foi muito vantajosa.

    De todas as dinastias chinesas, a dinastia Ming é possivelmente a mais conhecida no Ocidente. Grande parte dessa fama é devido às cerâmicas produzidas no período, que agora são as mais apreciadas e valorizadas. Este período teve o impacto mais importante sobre o cultivo de Kingyos. A produção de cerâmica abrangeu toda gama de qualidade, a partir do funcional até o soberbo, de pequeno ao enorme, suficiente para acomodar, indefinidamente, colônias de Kingyos.

    Durante a dinastia Ming, o controle total sobre a predação e reprodução tornou-se viável. A criação de alevinos em um ambiente protegido eliminou grande parte da seleção natural que teria operado em um ambiente aberto, como uma lagoa ou rio.

     Como resultado, formas mutantes vieram a tona, sem haver competição com outros indivíduos em lagoas artificiais ou naturais, foram bastante viáveis em ambiente protegido fornecido por um grande recipiente de cerâmica. O controle da reprodução tornou-se mais fácil, os pais puderam ser selecionados e removidos após a desova. Os ovos fertilizados eram incubados em um ótimo ambiente. Os alevinos poderiam ser supervisionados de perto e alimentados adequadamente com daphnia e outros alimentos vivos nutritivos.

    Presumivelmente, a cultura em lagoas continuou atingindo o ponto crítico em 1546, quando o uso de vasos de barro veio à tona. Inicialmente essas bacias foram abastecidas com uma amostra representativa de “lagoa da vida” incluindo o peixe. Inicialmente a criação em vasos era apenas temporária, depois começaram a ser permanente com os peixes não apenas sobrevivendo, mas também reproduzindo. Através de seleção cuidadosa dos pais, novos tipos interessantes puderam ser fixados e propagados. Com a endogamia da criação destes novos tipos, ao mesmo tempo puderam surgir mais novidades com fenótipos (aparência) atraentes, os quais foram designados para seleção com a finalidade de reforçar seu fenótipo.

     Enquanto a criação de Kingyos era feita em lagoas, só os ricos e as instituições como os templos ou mosteiros os criavam. O início da criação de Kingyos em aquários pode ser datada de 1546, quando descobriram que esses peixes poderiam ser criados indefinidamente em recipientes pequenos. Com isso, os Kingyos estavam prestes a se transformar em um animal de estimação criado em massa, não só na China, mas no resto do mundo.

    Na medida em que as novas variantes apareciam, haviam somente duas tonalidades de vermelho reconhecida, um vermelho fogo (fire fish) e um canela (cinnabar fish), que foram estabelecidos na época das criações em lagoas. Posteriormente uma porção de cores foram registradas, sendo muitos malhados. Estes foram frequentemente objetos de nomes poéticos como “golden helmet”, “golden saddle”, ‘stork’s pearl’ e ‘brocaded back, além dos relatos de diferentes tipos de caudas, olhos saltados e corpos pequenos e abaulados.

     Peixes descritos como transparentes que quando olhados de perto poderia se ver o estômago, Chen sensatamente os descreve como “transparentes e malhados”, que chamamos hoje de “cálicos”.

   Essas mudanças foram claramente decisivas para o desenvolvimento explosivo das variedades de Kinguios existentes hoje, os primeiros relatos de caudas duplas, assim como as nadadeiras longas foram em 1579, mas Chen considerou que provavelmente sugiram entre 1521 e 1579.
   Tamanha dedicação, fez com que em 1596 surgisse a primeira publicação: "Ensaio Sobre kingyos", completamente dedicada à estes peixes.
    
- Japão

    O Kingyo chegou ao Japão no século XVI, mas obteve sucesso quando regressou um século depois. Foi tão popular que ficou conhecido no mundo todo como peixe Japonês. Lá foram desenvolvidas várias técnicas de reprodução que deram origem a variedades como o Oranda, Celestial, Pompom e o Shubunkin.

 Ficha Técnica:

Família:
Cyprinidae
Gênero:
Carassius
Espécie:
Carassius auratus
Subespécie: Carassius auratus auratus
Origem:
China
Tamanho:
Varia de variante para variante, mas normalmente oscila de 15 a 30 centímetros.
Alimentação
: Onívoro
Comportamento:
Pacífico
Parâmetros da água:

pH:
7.0 a 7.7
Dureza:
5 a 10 dH
Temperatura:
Varia de 10 a 23ºC
Espaço Requerido:
Sugere-se um mínimo de 40 litros por peixe, num aquário partindo de 100 litros compatível com o tamanho do peixe.
Dificuldade:
Média.